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quinta-feira, 26 de março de 2015

Brasil tem muito que aprender com o turismo na América Latina

Imagem: Reprodução/Internet

por Ajax Amaral * | Brasil 247

BAGAGEM PRONTA - O turismo é uma atividade do terceiro setor, que gera cerca de 300 milhões de empregos no mundo (um em cada nove empregos está no setor turístico), com uma receita em torno de US$ 3,4 trilhões, o que representa aproximadamente 10% do PIB mundial, segundo a OMT. Impostos na ordem de US$ 700 bilhões, US$ 690 bilhões em investimentos e com um fluxo anual de 750 milhões de pessoas viajando mundo afora.

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Os principais destinos são por ordem: 1-França, 2-Espanha, 3-Estados Unidos, 4-China, 5-Itália, 6-Reino Unido, 7-Alemanha, 8-México, 9-Áustria e 10-Rússia. E o Brasil, em que posição está? Ocupa a 51ª posição no rankig mundial, recebendo aproximadamente 5,7 milhões de visitantes/ano.


Para termos uma ideia, somente a cidade de Paris recebe anualmente em torno de 32 milhões de visitantes, Dubai 11,7 milhões.

Na América Latina o Brasil desponta como um dos principais destinos turísticos, a Argentina recebe 5,8 milhões de turistas, a Colômbia 4,9 milhões e o Peru 3,8 milhões. Destaque no Brasil para o destino Foz do Iguaçu que recebeu ano passado em torno de 1,5 milhão de visitantes e Cusco, no Peru, que recebe anualmente 1 milhão de turistas, com uma meta até 2018 receber aproximadamente 2,5 milhões de visitantes.


Por que fiz esse apanhado todo? Porque estive no Peru na última semana de fevereiro e pude verificar in loco como o turismo receptivo funciona, com seriedade, comprometimento, qualidade nos serviços, hospitalidade e profissionalismo.

Nos oito dias que estive por lá, entre Lima - Cusco - Águas Calientes e Machupicchu, pude verificar o quão os peruanos são profissionais em termos de receptivo turístico. A organização do receptivo chega a encantar o visitante, com colaboradores altamente preparados, sempre prontos a atender, simpáticos, cordiais, alegres, hospitaleiros, e, acima de tudo, PROFISSIONAIS.


Na chegada em Lima fomos muito bem recebidos, pelo nosso amigo Jose Ruiz. Praticamente não há atrasos nos traslados, city tour, e outros serviços. Os guias indicam os melhores lugares para você ir, nos dias livres, falaram sobre a segurança e tranquilidade dos locais em que ficamos. No caso de Lima, em Miraflores – um bairro aprazível dinâmico e muito seguro. Fomos alertados também sobre o centro da cidade, para tomar cuidado com bolsas, máquinas e carteiras, apesar de ser muito vigiado. Para que todos vejam que em todo lugar do mundo tem problemas com segurança, a diferença é que lá é muito vigiado e tem policiamento ostensivo 24 horas.

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Cusco é uma cidade muito bonita, com 500 mil habitantes com um trânsito de veículos intenso, mas organizado. A cidade tem muitas ruas estreitas, mas tem uma sinalização turística eficiente, acessibilidade e segurança. Os vendedores ambulantes que te abordam nas ruas não são agressivos como aqui na Bahia, não enfiam um colar em seu pescoço ou amarram uma pulseira/fita em seu braço. Não exploram e são flexíveis quando pechinchamos. Fiz bons negócios por lá, os dois lados saíram ganhando.

As nativas que andam com a Llamas ou cordeirinhos pelas ruas de Cusco não lhe cobram para tirar uma foto, você oferece a "propina" (como eles chamam lá) que quiser, e não fazem cara feia se a moeda é de um sol. Diferentemente daqui que uma baiana quer de R$ 10 a R$ 50 por uma foto com o turista.

Os recepcionistas dos hotéis estão sempre prontos a te atender, assim como os funcionários dos bares e restaurantes. São bilíngues, trilíngues ou poliglotas.

Os policiais são simpáticos e prestativos, prestam informações corretas e vão além da expectativa. No meu último dia em Lima, em um dia livre precisamos tomar um táxi par ir ao Museu Larco Herrera, a partir do Centro, e fui perguntar a um policial qual o melhor local para pegar o táxi. Ele além de nos informar, ligou do seu celular solicitando um táxi, nos colocou dentro, perguntou ao motorista quanto custava, e só depois saiu. As corridas de táxi no Peru são baratas, não tem taxímetro e negociam com você. Para ter uma ideia, esse táxi do Centro ao Museu, rodamos por cerca de 35 minutos e pagamos $ 15 soles, o que equivale a R$ 15 reais, na volta rodamos uns 40 minutos até o hotel e pagamos $ 17 soles. Muito barato.

Em Cusco fizemos, além de um tour, cujo guia, Dimas, era altamente preparado, falando sobre os atrativos com um amplo conhecimento da história, de maneira muito profissional. Como o grupo tinha umas 20 pessoas, eles distribuem um aparelho receptor com fone para que você não perca nada do que o guia fala.

Após o city tour, perguntei à nossa recepcionista qual a formação do Guia, ela me disse que era professor, formado em antropologia e história, aí percebi o porque da riqueza de detalhes e da empolgação que ele relatava. Todos eles têm orgulho de ser peruanos e de pertencer ao lugar, coisa que aqui no Brasil é difícil você perceber.

Por fim, chegamos a Águas Calientes e Machupicchu, um lugar fantástico cheio de história e cultura, mais uma vez valorizado pela pessoa que nos guiou a Noemi. Como nosso grupo era de apenas quatro pessoas, pudemos aproveitar o máximo todo conhecimento que ela nos passou sobre a história e a cultura Inca. Não existe palavras que descrevam a emoção de estar em Machupicchu. Só estando lá para sentir a energia e beleza do lugar.

O que o Brasil pode aprender com o turismo no Peru? Começando com o apoio dos Órgãos Públicos, na conservação, valorização e preservação do Patrimônio Histórico/artístico e cultural. Um apolítica pública para o turismo muito bem implementada e funcional. Rede hoteleira de qualidade, com profissionais altamente gabaritados, mobilidade urbana a contento, os preços praticados são justos, não havendo exploração do visitante. Segurança eficiente e organização no trânsito das cidades, capacitação da mão de obra turística e uma excelente organização no turismo receptivo.

Qualidade dos atrativos, que na maioria são pagos, e Laos brasileiros não chiam para pagar as taxas, que giram em torno de US$ 4 e US$ 40 dólares, A conscientização da população em relação à preservação dos sítios históricos, que são em torno de 170 em todo país. Sentimentos da população em pertencer ao lugar, se orgulham de ser Peruanos, valorizando a história e cultura material e imaterial do seu país. Eles não falam mal do Peru como os brasileiros falam mal do Brasil.

Como podemos verificar o Brasil tem muito que aprender sobre o turismo, começando pelas políticas públicas bem definidas, colocando profissionais técnicos nos órgãos que planejam e fomentam a atividade, ou seja, formados em turismo (Turismólogos), e não políticos apadrinhados. Conscientizar a população para se inserir na atividade, fazendo cursos de qualificação, idiomas e de gestão empreendedora, dando ênfase na qualidade dos serviços prestados. Melhora a segurança, limpeza, saúde e educação públicas. Dotar os destinos com boas vias de acesso (estrada, portos, aeroportos e ferrovias), e por fim, melhora a imagem lá fora, pois estamos mais sujos que pau de galinheiro perante a comunidade internacional.

* Ajax Amaral é colunista do Portal Brasil 247
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